segunda-feira, 30 de março de 2009
DOMINGO DE RAMOS
É útil lembrar a simbologia da "palmeira" na Bíblia: ela é sinal de prosperidade: "Eis que como a palmeira brota o justo" (Sl 92,13), de sabedoria: "Cresci alto como a palmeira de Engadi" (Eclo 24,14), de beleza: "Teu porte se parece com o da palmeira" (Ct 7,8). Seus ramos são levados como sinal de vitória, como também nos cortejos dos cônsules romanos vencedores. Somente depois da época das perseguições aos cristãos é que a palmeira é sinal de martírio e da vitória da fé.
O Domingo de RAMOS abre solenemente a SEMANA SANTA, com a lembrança das PALMAS e da paixão, da entrada de Jesus em Jerusalém e a liturgia da palavra que evoca a Paixão do Senhor no Evangelho de São Lucas.
As duas tradições litúrgicas que deram origem a esta celebração: a alegre, grandiosa festiva litrugia da Igreja mãe da cidade santa, que se converte em mímesis, imitação dos que Jesus fez em Jerusalém.
Vamos com o pensamento a Jesuralém, subimos ao Monte das Oliveiras para recalar na capela de Betfagé, que nos lembra o gesto de Jesus, gesto profético, que entra como Rei pacífico, Messías aclamado primeiro e depois condenado, para cumprir em tudo as profecias.
São Lucas não falava de oliveiras nem de palmas, mas de pessoas que iam acarpetando o caminho com suas roupas, como se recebe a um Rei, gente que gritava: "Bendito o que vem como Rei em nome do Senhor. Paz no céu e glória nas alturas".
O povo recebe Jesus como um rei, com exclamações de alegria e agitando ramos de palmeira como sinal de "viva!". É esse o significado do "Hosana" que se proclama nessa ocasião (o termo "Hosana" é, literalmente, invocação de socorro: "salva-nos!").
Com a litúrgia de Roma, ao contrário, entramos na Paixão e antecipamos a proclamação do mistério, com um grande contraste entre o caminho triunfante do Cristo do Domingo de Ramos e o "via crucis" dos dias santos.
Entretanto, são as últimas palavras de Jesus no madeiro a nova semente que deve empurrar o remo evangelizador da Igreja no mundo.
"Pai, em tuas mão eu entrego o meu espírito". Este é o evangelho, esta a nova notícia, o conteúdo da nova evangelização.
Era o anúncio do amor de um Deus que desce conosco até o abismo do que não tem sentido, do pecado e da morte, do absurdo grito de Jesus em seu abandono e em sua confiança extrema. Era um anúncio ao mundo pagão tanto mais realista quanto mais com ele se poderia medir a força de sua Ressurreição.
A liturgia das palmas antecipa neste domingo, chamado de páscoa florida, o triunfo da ressurreição, enquanto que a leitura da Paixão nos convida a entrar conscientemente na Semana Santa da Paixão gloriosa e amorosa de Cristo o Senhor.
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