A pergunta feita a Pedro que tenta caminhar sobre as águas como o Mestre que chega até o barco onde estão os discípulos andando sobre o mar em plena tempestade, é também dirigida a cada um de nós hoje.
Pedro deseja encontrar com seu Senhor e sabe que pela fé poderá fazê-lo ainda que de um modo sobre-humano. Porém, uma rajada de vento mais forte, o atemoriza e ele perde o foco no seu maior objetivo e começa a afundar. O que este episódio quer nos dizer? Não andamos sobre águas, nem temos a presença física de Jesus Cristo para que possamos fitá-lo e, sem desviar nosso olhar, caminhar até o Senhor. Temos, pois, que enxergar e caminhar com os olhos e os pés da fé…
Se Jesus Cristo é o centro de nossa vida e a razão de nossa fé caminharemos firmes em direção ao Reino prometido por ele. Cada vez que desviamos nossa atenção, cada vez que fugimos dessa centralidade salvífica, afundamos em uma vida vã e sem sentido. Olhar para o Cristo é dar sentido e direção aos nossos dias, é encontrá-Lo no outro e viver fraternalmente, como trabalhadores incansáveis da obra do Pai. Desviar ou fechar o olhar é trancar o coração com a chave do egoísmo e esquecer-se tanto do criador quanto de nossos irmãos. Por isso o afundar: é o encontro com a solidão, com o medo e com a falta de sentido.
Caminhar ao encontro do Senhor é tê-Lo desde sempre em nosso horizonte, conhecedores de Suas promessas e cumpridores de Sua vontade. Ao cristão cabe, porém, uma caminhada firme e que testemunhe aos outros onde está o centro de sua fé, para que outros também possam vislumbrar em plena tempestade o vulto salvador, a mão estendida ao afogado e reconhecer, como outrora os discípulos o puderam fazer ao ouvir a sua voz: “Coragem! Sou eu, não tenhais medo!” (Mt 14, 27)
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